Mastodon: Lição sobre como ter o público na palma da mão

O palco da Sala Tejo foi pisada por profissionais que durante toda a noite tiveram o público na palma da mão.
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17 de Fevereiro foi uma noite forte em vários termos. Forte frio, forte ventania e metal fortíssimo. Não era para menos: o palco da Sala Tejo foi pisada por profissionais que durante toda a noite tiveram o público na palma da mão. E não falo unicamente duma mas das três bandas: Mutoid Man, Kvelertak e os grandes, os enormes (em termos de qualidade e de altura) Mastodon.

A partir das 20 já uma sala a começar a lotar esperava os anfitriões, com o nome Mastodon a brilhar nos negro de inúmeras t-shirts. Na verdade, nos concertos de metal, sem dúvida que as cores que mais se destacam sempre são o negro da roupa e o dourado da cerveja.

Eis que as luzes se apagam e Mutoid Man entram sem cerimónias. Stephen Brodsky mostrou o que valia na voz e na guitarra e mostrou que valia muito. Um concerto efusivo, electrizante e que, acredito não ser o único tê-lo pensado, demasiado curto. As expectativas estavam altas para Mastodon mas acho que ninguém se importaria de ter ouvido mais umas malhas. Kiss Of Death ou1000 Miles Stare foram o suficiente para deixar o público bem quente. Impressionaram, inegavelmente.

© Jorge Pereira

Mutoid Man – galeria completa

Para aqueles que pensam que o ideal do rock sleaze morreu nas sarjetas do anos 90 após a chegada do grunge deveria ter testemunhado Kvelertak, banda norueguesa que é quase crime não ser mais conhecida. No meio de muitas canções poderosas como Berserkr ou Fossegrim, Ivar Nikolaisen provou ter medidas suficientes para ocupar os sapatos de Erlend Hjelvik, o ex-frotman,

Possuído por uma energia demoníaca fez tudo o que se estava à espera: cantou entre o público, quase ia caindo umas razoáveis milhentas vezes e segurou uma bandeira negra enorme. Um frontman como é raro de se encontrar no mundo do rock actual e uma banda ao mesmo nível para acompanhar a selvajaria.

© Jorge Pereira

Kvelertak – galeria completa

Seguidamente, entraram os cabeças-de-cartaz segurando orgulhosamente a coroa que merecem as melhores bandas do mundo. Mastodon, ao contrário de Kvelertak, não têm o perfil de escorregarem ou de parecerem minimamente perdidos. Mais que uma banda, são uma máquina-de-guerra perfeitamente oleada, perfeitamente concentrada e destrutiva.

Foi uma dádiva poder ouvir as complexas melodias entrelaçarem-se como farpas umas nas outras ao som de uma bateria-trovoada. Crowdsurfings e moshpits foram abundantes ao som de Divination, Black Tongue, Roots Remain e o fabuloso Chimes at Midnight. Com pose de soldados exímios, Mastodon não fez prisioneiros e foi incrível ver o público aderir com tanta paixão à prestação até aos riffs finais de Blood And Thunder, ponto final duma noite sempre-a-abrir, cheia de garra, boa bebida e grande música.

© Jorge Pereira

Mastodon – galeria completa

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